sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Quem confia em Deus não se desespera

Nós nos preocupamos mais com o corpo do que com o espírito
Muitas pessoas perderam a referência de suas vidas, não sabem o que querem nem se estão no relacionamento certo, se vivem para si ou para os filhos. As pessoas vivem uma confusão no âmbito pessoal, e isso acontece também em nossa fé. Hoje existem muitas seitas, e se nós não nos cuidamos, nos perdemos.
Jesus, preocupado conosco, deixou uma Palavra sobre isso para nós em Mateus 24,4-5: “Cuidado para que ninguém vos engane! Pois muitos virão, usando o meu nome e dizendo: 'Eu sou o Cristo!' E enganarão muita gente.
O medo nos engana, fazemos muitas coisas por causa desse sentimento, prejudicamos e agredimos pessoas. Muitas pessoas, por medo de serem enganadas, enganam os outros primeiro.
Não deixe que o medo se estabeleça em seu coração! E não se deixe ser enganado. Para isso, precisamos nos fortalecer espiritualmente.
As pessoas hoje se preocupam mais com a sua saúde, com a aparência. Fazem de tudo para fortalecer o corpo, mas o escândalo é que não fazem nada para fortalecer o espírito. Quantas privações fazem para manter o corpo bem por intermédio de regimes rigorosos. Fazemos de tudo para nos apresentar bem fisicamente, mas nos descuidamos do que nos fará feliz.
Se não quisermos ser enganados, arrancados da nossa fé e das mãos de Jesus, precisaremos aprender a nos fortalecer no Senhor. É ótimo ser do Senhor quando tudo vai bem, quando oramos e somos atendidos. Mas quando somos surpreendidos por uma doença ou um filho é apanhado por uma enfermidade incurável, ou quando nasce um criança especial, o casal se questiona: "Por que, meu Deus!?" Então, muitas vozes aparecem dizendo: "O que você está fazendo na Igreja? Se Deus é tão bom, por que Ele permitiu que isso lhes acontecesse?"
Provas sempre virão, a vida é assim, não é a sua vida que é assim, a de todos é assim. Quando uma pessoa não aprende a se prostrar diante de Deus, para n'Ele obter a força, a vida o coloca prostrado. Quem não se prostra diante de Deus é prostrado diante da vida. E hoje o Senhor quer fortalecê-lo.
"Com toda sorte de preces e súplicas, orai constantemente no Espírito. Prestai vigilante atenção neste ponto, intercedendo por todos os santos" (Efésios 6,18).
É Jesus quem nos socorre, nos levanta, nos atende. Ele quer cuidar de você, Ele quer fortalecê-lo para você conseguir ser fiel ao caminho d'Ele e resistir a essas dúvidas que estão em seu coração.
O que é uma cilada? Para se fazer uma boa armadilha, ela não pode parecer ser armadilha. O demônio é "expert" em montar armadilhas, as coisas que ele constrói em sua vida não se parecem com ciladas, e quando você cai nelas, não consegue sair. Por isso, Jesus diz que ele é mentiroso, ele sabe como fazer as coisas e, às vezes, monta tramas na nossa vida das quais não sabemos sair. Para algumas pessoas, essas ciladas são os vícios, para outras uma doença, ou tristezas, depressão. E chega um momento que muitas de nós não sabemos como sair delas [ciladas], e aí precisamos passar por um processo de libertação. Todos nós precisamos passar por esse processo de libertação.
O demônio oferece o que a pessoa quer, e depois ele tira tudo o que pode e a deixa sem nada. Abra os olhos, nossa luta não é contra homens de carne, mas contra forças espirituais espalhados pelos ares, como nos ensina a Sagrada Escritura.
Deus se vale de meios humanos, você reza e uma pessoa vem lhe trazer a resposta. E do mesmo jeito que acontece por meio do Espírito Santo, acontece com o espírito maligno, ele se utiliza de pessoas que estão a serviço dele. Essa é uma luta verdadeira que se manifesta por meio de maneiras humanas, mas tem raízes espirituais.
Você sabe que uma pessoa acredita em Deus se ela recorre a Ele. Quem não confia no Senhor entra em desespero. Você sabe que uma pessoa confia em Deus quando ela ora e sabe que será atendida, pois é impossível uma oração, feita com fé, que não seja atendida. Quando você ora com fé, Jesus intercede por você ao Pai; e o Pai do Céu não nega algo que Seu Filho lhe peça.
Nós temos que aprender a reabastecer a lamparina da nossa fé, pois chegará o dia em que virão trevas e, nesse dia, não só você será iluminado como todos os que estão à sua volta o serão.
Quem tem sido atacado, creia que, pela sua fé, todos os dardos do inimigo de Deus serão desmontados! Diga às pessoas que você tem fé, que crê em Jesus Cristo. E quando vierem à sua porta tentando abalar sua fé, diga a elas que o Senhor está com você.
Reze por você e também reze pela libertação dos outros. Deus está com você.

Castidade não é para anjos

A castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança
A castidade não é para anjos, é para nós que queremos viver o caminho do Senhor. Existem meios, maneiras, para você conseguir essa graça. A busca pela santidade será até o fim da vida, nunca estaremos prontos.
O termo “castidade”, no Catecismo da Igreja Católica, é a integração da sexualidade na pessoa. Só isso? Só, mas dentro dessa definição existe um mundo de descobertas. A sexualidade é mais do que um órgão genital. Escutamos muito sobre sexo, pornografia, libertinagem com o corpo... Hoje, homens e mulheres são vistos como objetos pela sociedade, pelas novelas, por exemplo. Isso vai contra a nossa natureza, pois viemos do amor e da bondade.
Precisamos escolher o caminho de Deus para encontrar a verdadeira felicidade. É feliz aquele que espera no Senhor! Só é feliz por completo aquele que vive intensamente, – mesmo que lutando, caindo e levantando –, em Deus. Apenas satisfazendo os nossos prazeres seremos infelizes. Você acha que sexo com vários parceiros fará de você uma pessoa feliz? Se pensa assim, está enganado. A castidade é uma porta aberta para nos conhecermos e ficarmos felizes com nós mesmos e com os outros. Você é amado por Deus, Ele quis você antes do seu pai e da sua mãe. Honre o Seu amor!
A castidade parte de viver o verdadeiro amor. Precisamos recuperar a beleza da criação. Depois de ter criado tudo na terra, Deus Pai viu que era bom que o homem tivesse uma mulher (cf. Gênesis 1, 25-31). O Senhor criou o homem e a mulher para se amarem e se respeitarem um ao outro, não para um se aproveitar do outro. A sexualidade vai muito além do que as novelas e a mídia passam. As coisas que se referem ao sexo não são erradas e impuras. Hoje eu quero que você saiba da importância da castidade, que saiba que é algo lindo que você pode viver!
No Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 2341-2345, diz assim:
“A virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança, que tem em vista fazer depender da razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana. O domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida. O esforço necessário pode ser mais intenso em certas épocas, por exemplo, quando se forma a personalidade, durante a infância e adolescência.
A castidade tem leis de crescimento. Este crescimento passa por graus, marcados pela imperfeição e, muitas vezes, pelo pecado. Dia a dia o homem virtuoso e casto se constrói por meio de opções numerosas e livres. Assim, ele conhece, ama e realiza o bem moral seguindo as etapas de um crescimento.
A castidade representa uma tarefa eminentemente pessoal. Mas implica também um esforço cultural, porque o homem desenvolve-se em todas as suas qualidades mediante a comunicação com os outros. A castidade supõe o respeito pelos direitos da pessoa, particularmente o de receber uma informação e uma educação que respeitem as dimensões morais e espirituais da vida humana.
A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo”.
A sexualidade é boa, foi Deus quem a criou. O problema é a falta de equilíbrio em nós, é o pecado que a distorce. Precisamos viver o PHN ('Por Hoje Não' ao pecado) todos os dias, com a certeza de que o amor de Deus nos concederá a graça do equilíbrio e do amor a nós mesmos.
É preciso amar para amar os outros, a obra tem que começar em você!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quem ama confia!

O amor lança fora todo temor
Ela o segurava nos braços debaixo de um sol forte e em meio à agitação própria da cidade grande, ele dormia sereno e calmo, pois estava seguro de que nada poderia atingi-lo. Esta cena não faz parte de um filme, é real e apesar de a ter contemplado há algum tempo, ainda hoje me recordo claramente dela. No ponto de ônibus, uma mãe, com ar de preocupada, segurava seu filho nos braços enquanto mantinha os olhos fixos nos ônibus que chegavam e saíam sem parar. Um deles poderia ser o seu e ela não poderia nem sequer pensar em perdê-lo.Observei que, apesar da agitação própria do local e da preocupação aparente da mãe, a criança dormia tranquila e sossegada. Sem palavras parecia dizer: "Nada temo, pois os braços que me seguram são de alguém que me ama".
Naquele dia, a cena, foi um pretexto para Deus falar comigo. Já observou que quando não paramos para ouvir a voz de Deus por meio da oração Ele nos fala pelos fatos? No meu caso, eu estava vivendo um tempo de muita correria no trabalho, já não conseguia rezar como antes e queria resolver todas as coisas com minhas forças. Quando ocupamos o lugar de Deus é isso que acontece. Com aquela situação, o Senhor foi me mostrando que eu precisava confiar mais no amor d'Ele. Precisava viver a atitude daquela criança, ou seja, abandonar-me. Na verdade, precisava amá-Lo mais e deixar-me amar por Ele, pois só confia quem verdadeiramente ama, e quem ama consequentemente confia.
E mais: Deus Pai abriu meus olhos para eu perceber que a raiz da minha agitação era também falta de amor-próprio e má interpretação do Seu amor por mim. Eu estava me comportando como serva de Deus e não como Sua filha. E isso faz uma grande diferença em nossa vida como cristãos. O próprio Senhor disse em Sua Palavra: “Já não vos chamo servos, mas amigos [...]” (João 15, 15). Ou seja, o Senhor nos elegeu, nos amou, não quer apenas o nosso serviço, mas nosso amor. Isso é próprio de uma relação de amizade. Amamos e somos amados, e o amor vai além do fazer.
Hoje, por providência, contemplei uma cena semelhante e lembrei-me das lições de outrora. Já não estou tão agitada como antes, vivo uma fase diferente. Mas uma coisa é certa: preciso continuar na escola da confiança. Devo aprender mais de Deus na matéria do amor. "O amor lança fora todo temor, é paciente, tudo suporta, tudo crer, tudo espera [...]" (I Coríntios 13,4-7). É por isso que quem ama confia!
Quanto mais amamos a Deus e nos deixamos envolver por Sua misericordia, tanto mais vamos encontrando a harmonia que tanto desejamos. E que muitas vezes buscamos nas pessoas, nos cargos, no poder, no ter ou de tantas outras formas aparentes de segurança neste mundo.
O abandono é, antes de tudo, uma atitude de confiança, fruto da maturidade, e a maturidade não se alcança de uma hora para outra, é preciso ter paciência com o tempo, dar passos e superar os obstáculos. É por isso que quem já teve sua fé provada, tem mais facilidade em confiar em Deus, tem forças para ir mais longe mesmo quando tudo parece perdido.
Aquela criança provavelmente se sentia amada, por essa razão as circunstâncias não a impediam de confiar e repousar tranquilamente no regaço acolhedor de sua mãe.
São Francisco de Sales faz uma interessante comparação, quando fala da alma recolhida em Deus. De fato, diz ele; "[...] os amantes humanos contentam-se, às vezes, em estar junto da pessoa a quem amam, sem lhe falarem nada e sem nem sequer pensar em outra coisa que não seja estar ali... Sentem-se amados e isso basta. É assim que acontece com a alma que se entrega aos cuidados do Criador. Repousa sossegada, mesmo em meio aos constantes desassossegos que vive no dia a dia".
Compreendo, cada vez mais, que a experiência do abandono em Deus passa pela descoberta do Seu amor incondicional por nós.
Peço ao Senhor que hoje lhe permita viver esta experiência e o cure profundamente de toda falta de amor, devolvend-lhe a serenidade e a paz, fruto da confiança n'Ele.
Assim como a mãe segura em seus braços o filho amado, Deus hoje o segura, não tema. Nos braços do Pai nada poderá atingi-lo, e quem ama confia.

O processo de ressentimento

 Não podemos mudar o passado
Ressentimento é o sentimento que surge em nós quando nossas expectativas são frustradas. Quando alguém (até mesmo Deus) faz algo diferente daquilo que esperavámos. Recebemos o fato como se fosse um insulto, uma ofensa, uma violência. É até natural sentir a quebra das expectativas, mas não podemos nos ressintir com ela. Ressintir é maturar o sentimento, e com isso abrimos espaço para a transformação da mágoa em ressentimento.
Todos nós somos limitados e emocionalmente imprevisíveis.
O ressentimento é sempre subjetivo. No princípio é mudo; depois, pela força da lamúria, ele se reproduz rapidamente. Como um vírus, ele se instala por meio da queixa. Quando nos sentimos agredidos, passamos a agredir. O ressentimento reclama sempre da mesma coisa, para as mesmas pessoas. Quanto mais conta, mais sente. O problema maior está na reação, e não no fato.
Assumimos o acontecimento em caráter muito pessoal. “Essa afronta foi pra mim”. Assumimos o acontecimento como uma afronta pessoal. Aluga-se o coração para a decepção. A pessoa ferida coloca-se no centro. Na vida nada tem esse caráter de exclusividade que o ressentimento tanto defende. As coisas acontecem para todos.
A grande maioria das ofensas que recebemos não foi direcionada para nós, ao menos intencionalmente. Em sua maior parte, as pessoas que nos ofenderam o fizeram por indelicadeza, descuido, sem querer. Ou porque também estavam machucadas e acabaram reagindo. O enfoque no caráter pessoal do sofrimento é o primeiro passo para o nascimento da mágoa. Guardamos a mágoa e começamos a incubá-la com o calor das queixas e lamúrias.
Nós nos assumimos com uma vítima – passamos a culpar os outros. É preciso culpar o autor da ofensa, pelo que ele fez, mas também acabamos por culpá-lo pelo modo como estamos nos sentindo. Devemos aprender a olhar para os problemas e para os acontecimentos como um treinamento que estamos recebendo da vida. É como o peso na musculação.
Normalmente a necessidade de culpar alguém, para não se responsabilizar pelos problemas, acaba sendo um passo fundamental para a transformação da mágoa em ressentimento. O triste é que, quando delegamos a causa dos problemas aos culpados que elegemos, estamos também delegando as soluções.
Embora não possamos mudar o passado, você é a única pessoa capaz de construir seu futuro. O que passei me faz melhor. A vida é bela. Podemos perdoar e tocar adiante nossa vida ou vivermos enfocados no passado. Tentar mudar o que não pode ser mudado reduntará em fracasso e causara esgotamento emocional.
 

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